maio 09, 2008

Futebol sobre a mesa


Esses programas são denominados de mesa-redonda, termo genérico dos debates ocorridos, mas sem ligação com futebol. A primeira mesa-redonda futebolística foi inventada por Walter Clark e foi ao ar na TV Rio em 1963. De lá pra cá o público tomou gosto pela coisa, o que se ganha com isso são programas com mais interatividade, com diversidades de opiniões e com a participação direta do público/torcedor, por intermédio da internet.

Uma das principais características desse formato de programas é a participação de um time qualificado para a discussão futebolística, em geral essa “mesa redonda” tem a presença de ex-jogadores, ex-arbitros, técnico e jogadores atuando no país, jornalistas especializados em futebol e, é claro, o mediador/apresentador da mesa.

Há quem critique a forma como esses programas são conduzidos, a falta de organização nas falas em que um atropela a fala do outro sem menor pudor, pois, de fato, o que prevalece na hora do bate papo é responder seus pontos de vista na medida em que o critica é feita. Na verdade o que acontece nesses programas é que eles são reproduções de bate papos entre amigos no fim de uma “pelada”, só que mais especializado, e que ultrapassa as linhas do campinho do “baba” e se abre para o mundo.

Um dos grandes problemas que geralmente surge nestes tipos programas é o monopólio que ocorre com as informações dos clubes. O que se questiona é porque 98% do tempo destes programas são diretamente relacionados aos grandes clubes do país, em especial, dos clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Os responsáveis em respondê-la sustentam que é devido à audiência. Como se criar programas com respaldo nacional, sem sê-lo?

Com a falta de representação dos estados fora das regiões Sul e Sudeste é que esse formato de programas vem se multiplicação em todo país, é possível identificar pelo menos quatro programas deste tipo aqui na Bahia. Contudo a grande proeza desse formato é que a mediador/ apresentador é a principal atração dos mesmos, um bom exemplo é o descolado Milton Neves,atualmente ele conduz o programa Terceiro Tempo, na TV Bandeirantes, com maestria sempre apimentando a discussão.

É importante ressaltar que poucos programas, a nível nacional, adotam o formato de mesa-redonda, como a exemplo do Globo Esporte, Esporte Espetacular (ambos da TV Globo) que adotam um formato que esta mais na linha jornalística séria.

Realmente para aqueles que são fanáticos pelo futebol, hoje em dia, é impossível pensar o futebol sem esse suporte que, muitas vezes, é considerado como um apoio moral, pelo pênalti não marcado, pelo gol irregular que foi decisivo para o jogo, enfim por tudo de polêmico que acontece num jogo de futebol, e também, pelo que não aconteceu. Essa ansiedade vai além do jogo placar, ela é melhor – para quem está no lado do vencedor – ou pior – para quem é vencido - todos querem ver a resenha futebolística, para ter embasamento quando for zombar dos adversários, no entanto todos devem estar de acordo que se seu time ganhar a mesa-redonda é imperdível, já para o outro lado do placar a lei é desligar a TV até a segunda ordem.

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