Os convocados foram anunciados. Criticada a lista do técnico Dunga foi reprovada pela maioria dos torcedores, que sempre esperam a contratação dos jogadores de seus clubes. Defender a seleção em uma Copa do Mundo, sobretudo a da África do Sul, exige maturidade e compromisso dos jogadores, essa foi a maior exigência de Dunga quando listou os craques para vestir a camisa da seleção brasileira em 2010.
Maturidade e compromisso. A maturidade, de certo, deixou o imaturo Neymar fora, quem sabe na próxima, já o compromisso ou a falta dele deixou o imperador Adriano e Ronaldinho Gaucho de fora. Preocupados em ver na África o bom futebol do Brasil, alguns especialistas acreditam que Dunga acertou no julgamento dos convocados e, esta equipe, tem tudo para trazer o hexacampeonato para o Brasil. A grande sacada do comandante brasileiro foi a escolha de atletas comprometidos em incorporar a representatividade brasileira, o impregnamento do espírito nacionalista, ou seja, saber o que é ser brasileiro. Portanto, essa seleção elimina o estrelismo, que enaltece os jogadores “clubista”, das seleções anteriores e preza pelo futebol de boa qualidade.
Neymar no destaque
No caso da não convocação do jogador Neymar, que causou indignação da maioria dos brasileiros, é bem justificada, acredito, pela frequente demonstração de imaturidade do aspirante a craque dentro de campo. Mas ele é jovem tem um mundo de sucesso pela frente e muitas copas também.
Acredito que Dunga acertou em examinar criticamente a pouca experiência do jogador nas partidas do clube paulista. O cai cai é sua principal característica dentro de campo, o que não o coloca no patamar de jogador digno de vestir a amarelinha. Ele é um bom jogador, mas não para esta seleção 2010.
Racismo
O jovem jogador santista, que amargou a não convocação para a copa, dias antes tinha se declarado não negro, o que causou estranheza a muitos brasileiros que o acompanham e torcem por seu futebol. Acredita-se que essa afirmação seja atribuída à falta de consciência dele do contexto sócio-histórico do Brasil e do seu papel de transformador – enquanto um ídolo - do ambiente racista que ronda a sociedade brasileira, mas por lado compreende-se sua afirmação. São séculos de marginalização dos negros, as piores coisas lhes foram e são atribuídas, desse modo, ainda hoje, é muito difícil um negro se afirmar enquanto tal, pois o racismo ainda está presente em nossa sociedade e mais vivo que nunca, infelizmente, por mais que muitos discordem.